Forma farmacêutica é a forma final de como um medicamento se apresenta: comprimidos, cápsulas, injetáveis, etc. Normalmente as drogas não são administradas aos pacientes, no seu estado puro ou natural mas sim como parte de uma formulação, ao lado de uma ou mais substâncias não medicinais que desempenham várias funções farmacêuticas. Esses adjuvantes farmacêuticos têm por finalidade solubilizar, suspender, espessar, diluir, emulsionar, estabilizar, preservar, colorir e melhorar o sabor da mistura final.
Forma Farmacêutica é o estado final de apresentação que os princípios ativos farmacêuticos possuem após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com a adição de excipientes apropriados ou sem a adição de excipientes, a fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado, com características apropriadas a uma determinada via de administração. É a forma física de apresentação do medicamento disponibilizado para o paciente. Apresenta-se de forma diferente para atender as necessidades do paciente, da forma de administrar, da via de administração e da estabilidade do fármaco.
Classificação das formas farmacêuticas:
- Quanto ao estado físico:
- Sólido: adesivo, anel, barra, bastão, cápsula (dura, mole, liberação prolongada e liberação retardada)
- Semi-sólido: pastas, pomadas, cremes, géis e emplastos
- Líquido
- Gasoso: preparação gasosa utilizada com fins medicinais
- Grau de Dispersão:
- Solução - dispersão molecular: forma farmacêutica líquida límpida e homogênea, que contém um ou mais princípios ativos dissolvidos em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis.
- Suspensão - dispersão mecânica: forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis.
- Emulsão - dispersão mecânica: forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que consiste de um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois líquidos imiscíveis e na qual um líquido é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) através de outro líquido (fase externa ou contínua). Normalmente é estabilizada através de um ou mais agentes emulsificantes.
- Líquido - forma farmacêutica que consiste de uma substância química pura no estado líquido, podendo ser aquosa ou oleosa. Obs.: esta forma farmacêutica não deve ser aplicada para soluções, suspensões, emulsões, xampus e sabonetes líquidos
- Quanto às vias de administração:
- Bucal
- Capilar
- Dermatológica
- Epidural
- Inalatória
- Inalatória por via nasal
- Inalatória por via oral
- Intra-arterial
- Intra-articular
- Intradérmica
- Intramuscular
- Intratecal
- Intrauterina
- Intravenosa
- Irrigação
- Nasal
- Oftálmica
- Oral
Tipos de liberação dos fármacos
- Liberação imediata: tipo de liberação de formas farmacêuticas que não são modificadas intencionalmente por um desenho de formulação especial e/ou método de fabricação.
- Liberação prolongada: tipo de liberação modificada de formas farmacêuticas que permite pelo menos uma redução na frequência de dose quando comparada com o medicamento apresentado na forma de liberação imediata. É obtida por meio de um desenho de formulação especial e/ou método de fabricação.
- Liberação retardada: tipo de liberação modificada de formas farmacêuticas que apresenta uma liberação retardada do princípio ativo. A liberação retardada é obtida por meio de um desenho de formulação especial e/ou método de fabricação. As preparações gastrorresistentes são consideradas formas de liberação retardada, pois são destinadas a resistir ao fluido gástrico e liberar o princípio ativo no fluido intestinal.
Formas farmacêuticas semi-sólidas
01. Pomadas
São preparações farmacêuticas de consistência pastosa, destinadas ao uso externo, contendo uma ou mais substâncias terapeuticamente ativas incorporadas a excipientes adequados. Os excipientes podem ser de 4 classes: oleaginosos (vaselina), absorventes (lanolina), emulsivos (cremes) ou hidrossolúveis (polietilenoglicóis). Podem ser adicionados a agentes conservantes, estabilizantes, corantes e aromatizantes inócuos.
02. Cremes
São emulsões líquidas viscosas do tipo óleo e água ou água e óleo. O agente emulsionante geralmente é um sabão.
03. Emplastros
Forma farmacêutica que se dissolve à temperatura do corpo, aderindo-se à pele. É usado como esparadrapo.
Forma farmacêutica semi-sólida para aplicação externa. Consiste de uma base adesiva contendo um ou mais princípios ativos distribuídos em uma camada uniforme num suporte apropriado feito de material sintético ou natural. Destinado a manter o princípio ativo em contato com a pele, atuando como protetor ou como agente queratolítico.
Formas Farmacêuticas Sólidas
01. Comprimidos
São formas farmacêuticas sólidas de forma variável, cilíndrica ou discóide, obtidas por compressão de medicamentos mais o excipiente. Os comprimidos com massa entre 60mg e 600mg são a forma farmacêutica mais utilizada, por ser a via mais apropriada. Os comprimidos são dissolvidos no estômago pelos sucos digestivos.
- Liberação modificada (quando as classificações “liberação retardada” e “liberação prolongada” não forem adequadas.
- Liberação prolongada
Drágeas são formas farmacêuticas obtidas pelo revestimento de comprimidos. Para este fim se utiliza diversas substâncias, como: queratina, ácido esteárico, gelatina endurecida com formaldeído.
- Liberação modificada (quando as classificações “liberação retardada” e “liberação prolongada” não forem adequadas.
- Liberação prolongada
Tipos diversos de comprimidos
- Efervescente
- Mastigável
- Orodispersível
- Para colutório
- Para solução
- Para suspensão
02. Dispositivo intra-uterino
O dispositivo intrauterino (DIU) é um dispositivo de controle da natalidade que é colocado no útero de uma mulher por um médico. Pode ficar no útero por 1 a 10 anos. Normalmente é feito de plástico ou metal com um fio preso a ele. Alguns DIUs contêm cobre ou progesterona, um hormônio feminino. O DIU previne a gravidez mudando o ambiente físico da área da reprodução. Estas mudanças impedem que o ovo seja fertilizado ou implante e cresça no útero. Houve alguma controvérsia a respeito do uso do DIU devido a sua associação com infecções pélvicas. Se alguma vez teve hemorragia menstrual intensa, uma infecção em qualquer de seu órgãos reprodutivos (ovários, útero, tuba uterina), ou uma gravidez tubária, fale com seu médico sobre os riscos de usar um DIU.
03. Filme
04. Glóbulo
05. Goma de mascar
06. Granulado/Grânulos
- Efervescente
- Para solução
- Para suspensão
São formas farmacêuticas compostas de um pó ou uma mistura de pós umedecidos e submetidos a secagem, para produzir grânulos de tamanho desejado.
07. Granulado Revestido
- Liberação Prolongada
- Liberação Retardada
08. Implante
09. Pastilha
São formas farmacêuticas sólidas destinadas a se dissolverem lentamente na boca, constituída por grande quantidade de açúcar e mucilagens associadas a princípios medicamentosos. São “sacoróleos sólidos”(veículo H2O, contendo grande quantidade de açúcar). Têm grande superfície de contato. Dissolução maior que comprimidos e pílulas. Podem ser duras ou grumosas.
10. Pó
Como preparação farmacêutica, um pó é uma mistura de fármacos e ou substâncias químicas finamente divididas e na forma seca. Alguns pós são destinados ao uso interno e outros ao uso externo. Os pós podem ser administrados sob a forma simples ou serem ponto de partida para outras formas farmacêuticas como papéis e cápsulas.
- Aerossol
- Efervescente
- Liofilizado para solução injetável
- Liofilizado para suspensão injetável
- Para colutório
- Para solução
- Para solução injetável
- Para solução para infusão
- Para suspensão
- Para suspensão injetável
- Para suspensão injetável de liberação prolongada
11. Rasura:
Droga vegetal seca e seccionada, de granulometria definida, com diâmetro acima de 0,315 mm, destinada a preparações extemporâneas como infusos ou decoctos.
12. Sabonete
13. Supositório
Forma farmacêutica sólida de vários tamanhos e formatos, adaptada para introdução no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano, contendo um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos numa base adequada. Os supositórios fundem-se, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo.
São preparações farmacêuticas sólidas, à base de substância fundível pelo calor (37ºC) natural do corpo, destinado a ser introduzido no reto, gerando amolecimento ou dissolução do fármaco. O excipiente mais usado é a manteiga de cacau (lipossolúvel) junto com a glicerina gelatinada (hidrossolúvel). Uso local ou absorção sistêmica.
14. Óvulos
São formas farmacêuticas obtidas por compressão ou moldagem para aplicação vaginal, onde devem se dissolver para exercerem uma ação local. O excipiente em geral é a glicerina.
15. Cápsulas
São formas farmacêuticas sólidas as quais uma ou mais substâncias medicinais e/ou inertes são condicionadas em um invólucro à base de gelatina. As cápsulas gelatinosas podem ser duras ou moles. São administradas por via oral e possuem as propriedades de desintegrarem-se e dissolverem-se no tubo digestivo.
As cápsulas duras são usadas para drogas sólidas.
Os invólucros vazios são feitos de uma mistura de gelatina, açúcar e água e podem ser transparentes ou coloridas. São formadas por duas peças que se unem após o enchimento com a droga pulverizada. São utilizadas para substâncias secas e granulosas (Ex.: Adalat: nifedipina).
Podemos fazer cápsulas com revestimento entérico com a finalidade de se evitar a desintegração no estômago, sendo a desintegração no intestino. Usada também quando a substância é irritante da mucosa gástrica, podendo provocar náuseas e vômitos.
Para se conseguir liberação lenta de uma droga no trato digestivo, de maneira a ser assegurada uma absorção contínua e prolongada desta substância, é aplicado um verniz de desintegração lenta, em diferentes números de capas, de maneira que no trato digestivo, as mesmas se desintegrem em tempos diferentes. Esses grânulos são introduzidos em cápsulas, chamadas cápsulas de ação sustentada.
As cápsulas podem também ser elásticas ou moles, que são cápsulas preparadas com película de gelatina com adição de glicerina ou sorbitol para tornar a gelatina elástica. Podem ser de várias formas e são usadas para conter líquidos, suspensões, materiais pastosos ou pós.
Vias de Administração de Fármacos
A via de administração é o local do organismo por meio do qual o medicamento é administrado.
Com algumas exceções, não conseguimos
administrar um fármaco diretamente no tecido em que desejamos que ocorra a ação
do mesmo (tecido suscetível). Ele chega primeiro à corrente circulatória e
depois ao tecido desejado. Daí o fármaco distribui-se em tecidos
indiferentes, onde fica armazenado e não tem ação; vai ao tecido suscetível,
onde realiza sua ação farmacológica, entra em contato com o tecido
biotransformador onde sua estrutura química é modificada; e depois vai ao
tecido emunctório* e sofre excreção.
*EMUNCTÓRIO - Diz-se dos órgãos com função de eliminação de detritos metabólicos.
A biodisponibilidade de um
medicamento depende da via de administração e da formulação farmacêutica
disponível. Formulação farmacêutica e via de administração são associadas entre
si. Além disto, ambas podem ser fatores importantes na adesão do paciente ao
tratamento.
Existem fatores que orientam a escolha da via de administração:
- Propriedade físicas e químicas da droga
- Local de ação
- Velocidade e extensão da absorção da droga
- Efeito dos sucos digestivos e do metabolismo de 1ª Passagem
- Rapidez com que se deseja obter a resposta
- Estado do paciente
Segue uma lista das vias de administração:
- Bucal
- Capilar
- Dermatológica
- Epidural
- Inalatória
- Inalatória por via nasal
- Inalatória por via oral
- Intra-arterial
- Intra-articular
- Intradérmica
- Intramuscular
- Intratecal
- Intrauterina
- Intravenosa
- Irrigação
- Nasal
- Oftálmica
- Oral
- Otológica
- Retal
- Subcutânea
- Sublingual
- Transdérmica
- Uretral
- Vaginal
Obs: A via intraperitonial pode ser enquadrada dentre as vias parenterais.
A seguir, algumas dessas vias são descritas.
Via oral
- Via mais comum
- Sujeita a vários fatores que podem interferir na absorção do fármaco
- Absorção basicamente pelo estômago e duodeno.
- Efeito da primeira passagem pelo fígado limita as ação de muitas drogas
Vantagens da Via Oral
- Comodidade
- Esquema terapêutico facilitado
- Boa aceitação e adesão do paciente ao tratamento
- Economia
- Segurança
Desvantagens da via oral
- Resposta lenta
- Absorção irregular
- Decomposição de certos fármacos x fluídos biológicos
- Variabilidade da composição dos fluidos biológicos
É a mais usada, a mais conveniente e
a mais econômica. Os medicamentos dados por v.o. podem ficar retidos na boca e
serem absorvidos pela mucosa oral, ou serem deglutidos e absorvidos pela mucosa
gastrintestinal. Substâncias irritantes não podem ser dadas por v.o. pelo
efeito emético.
Está
contra-indicada em pacientes em condições inadequadas como vômitos, síndrome de
má absorção e inconsciência.
A
absorção de substâncias pelo TGI é em sua maior parte explicável em termos de
simples difusão de formas lipossolúveis não ionizadas. Mas ocorre também
transporte ativo de certas substâncias, como glicídios, íons inorgânicos e
orgânicos, etc. O epitélio é pouco ou nada permeável às formas ionizadas das
drogas.
Além
das propriedades dos fármacos, influenciam sua absorção outros fatores como o
esvaziamento gástrico. Pode-se esperar que alterações no esvaziamento gástrico
tenham efeitos opostos na absorção de ácidos fracos e bases fracas por causa da
diferença de pH no estômago e no intestino. Mas, por causa da grande superfície
de absorção a partir do intestino, a absorção da maioria dos medicamentos é
reduzida se o esvaziamento gástrico é retardado.
Também
afetam a absorção de uma substância a sua solubilidade nos líquidos
gastrintestinais e a concentração da solução administrada. A absorção pode ser
retardada ou diminuída se a substância ingerida é instável no líquido
gastrintestinal ou se ela se torna ligada a alimentos ou outros conteúdos do
TGI.
Via Sublingual
Permite absorção rápida pela mucosa
oral de vários medicamentos. Pode ser alcançada uma concentração medicamentosa
mais elevada no sangue do que quando a absorção ocorre em porção mais baixa do
TGI, porque é evitado o metabolismo de primeira passagem pelo fígado, e porque
não há interação da droga com o suco gástrico, nem formação de complexos com os
alimentos.
Via retal
Está
indicada para pessoas que estejam impossibilitadas de deglutir fármacos
(inconsciência ou emese) e quando se deseja evitar o suco gástrico ou a
circulação porta. Todavia, a absorção por essa via é com freqüência irregular e
incompleta e muitas substâncias causam irritação da mucosa retal.
Vantagens
- Para Fármacos que são destruídos ou desativados no TGI
- Preferível quando a via oral está comprometida
- Tratar pacientes que não cooperam, inconscientes ou incapazes de aceitar medicação oral.
- Em pediatria e geriatria
- Efeito de 1ª passagem pelo fígado depende do plexo (veias) onde o medicamento será absorvido
- Evita os problemas gástricos
Desvantagens
- Adesão do paciente
- Absorção de fármaco irregular, incompleta e difícil de prever
- Irritação da mucosa retal
Via Vaginal
- Preparações higiênicas femininas
- Contraceptivos
- Drogas para induzir trabalho de parto
- Formas farmacêuticas: óvulos, gel, pomadas, soluções,emulsões, comprimido
Vantagens da via vaginal
- Ação local na vagina
- Espermicida, problemas menstruais, anti-infecciosos, cicatrizantes
Desvantagens da via vaginal
- Adesão do paciente
- Absorção sistêmica do fármaco
- Irritações ou reações alérgicas
- Necessidade de orientação para a mulher que usará o produto
Vias parenterais
Em
alguns casos esta via é essencial para a droga ser absorvida de forma ativa; a
absorção é geralmente mais rápida e mais previsível, sendo que a dose eficaz
pode ser acuradamente selecionada. Nas emergências esta via é muito útil. Em
pacientes inconscientes, incapacitados de reter qualquer coisa na boca ou
naqueles que não cooperam esta via é uma necessidade. As desvantagens
apresentadas por esta via são inúmeras também. Para evitar infecções devemos
manter assepsia estrita; injeções extravasculares não intencionais podem
ocorrer; o paciente pode apresentar dor; há dificuldade de automedicação. A
terapia parenteral é também mais cara e menos segura que a v.o.
Vantagens da via parenteral
- Fármacos são destruídos ou desativados no TGI
- Fármacos mal absorvidos podem ser administrados por via parenteral
- Preferível quando a absorção rápida é necessária
- Situações de emergência
- Concentração sanguínea do fármaco é mais previsível
- Doses menores
- Tratar pacientes que não cooperam, inconscientes ou incapazes de aceitar a medicação oral
Desvantagens da via parenteral
- Não há como retroceder
- Risco de superdosagem
- Irritação no local de administração
- Dor, necrose, sensibilização
- Mais cara
- Exigência de profissionais treinados para administração
A) Via venosa
As
drogas em solução aquosa, que não precipitam ou hemolisam eritrócitos podem ser
administradas diretamente na circulação por esta via. A absorção por esta via é
evitada e a concentração sanguínea desejada é obtida rápida e precisamente, de
forma que a ação da droga manifesta-se em seguida. Se a infusão for contínua é
possível manter níveis estáveis constantes. Soluções irritantes e hipertônicas
só podem ser aplicadas por esta via, já que as paredes dos vasos são
relativamente insensíveis e o medicamento dilui-se no sangue, se lentamente
injetado. Os perigos apresentados por esta via são reações desfavoráveis, mais
propensas de ocorrer do que quando qualquer outra via é usada. Depois de
injetado, não há maneiras de retirar-se o medicamento; quando usamos a via
subcutânea a absorção pode ser interrompida pela oclusão do retorno venoso a
partir do ponto de injeção.
As
injeções repetidas dependem de veias potentes. Há riscos da própria técnica,
por isso, a agulha deve ter bisel afiado e curto e devemos evitar a
transfixação da veia. A introdução da agulha deve ser por uma extensão mínima
de 1 cm e, em infusões demoradas a agulha deve ser mantida firme com
esparadrapo. Sendo assim, as aplicações intravenosas têm indicações
específicas. Não é apropriada para medicamentos oleosos e de depósito.
B) Via
arterial
Algumas
vezes o fármaco é injetado diretamente em uma artéria a fim de localizar seu
efeito em um local ou órgão em particular. Agentes antineoplásicos são
aplicados dessa maneira, às vezes para tratar tumores localizados. Esta
aplicação requer grande cuidado e deve ficar sob a responsabilidade de
especialistas.
C) Via
intramuscular
Injeta-se
a droga profundamente no tecido muscular. As drogas em solução aquosa são
rapidamente absorvidas. Podemos dissolver ou suspender substâncias em óleos o
que faz sua velocidade de absorção ser mais lenta e uniforme. Substâncias de
baixa solubilidade são também lentamente absorvidas a partir desta via. As
substâncias levemente irritantes que não podem ser aplicadas pela via
subcutânea podem ser injetadas no
músculo.
D) Via
subcutânea
Usada
apenas para drogas não irritantes dos tecidos, do contrário pode ocorrer
formação de escaras. A velocidade de absorção após injeção subcutânea de uma
substância é com freqüência uniforme e lenta, de modo a prover efeito
razoavelmente constante. A velocidade de absorção pode ser variada por
diferentes técnicas. A injeção subcutânea de uma substância em um veículo no
qual ela é insolúvel; a adição de um agente vasoconstritor e substâncias sob a
forma de cápsulas (sólidos implantados sob a pele) provocam absorção mais lenta
do fármaco. Bombas mecânicas programáveis também podem utilizar esta via.
- Absorção constante e lenta
- Implante de Pellets (sobre a pele)
- Substâncias não irritantes (terminais nervosos)
E) Via
intradérmica
É
pouco distensível, suportando volume de 1 cm no máximo. É usada para testes de
sensibilidade e vacinas.
- Fácil acesso
- Ações locais e sistêmicas
- Vacinas e testes alérgenos
F) Via
intracardíaca
Uso
exclusivo para manobras de reanimação cardíaca (injeção direta de adrenalina).
Há riscos de perfuração pulmonar com pneumotórax, injeção na própria parede
cardíaca e distribuição de vasos coronarianos.
Via
dérmica/transdérmica
Como
a pele é coberta por queratina torna-se difícil à penetração da droga através
da pele intacta. Para que ocorra absorção são necessários procedimentos que
facilitem a penetração, como fricção e o uso de substâncias queratolíticas ou
oclusão. Para o fornecimento contínuo de medicamentos, em baixas concentrações
plasmáticas, são utilizados adesivos (emplastros). A velocidade de absorção
varia com as características físicas de pele. A via é cômoda, mas,
eventualmente, a estética do procedimento é discutida.
A pele apresenta efetiva barreira à passagem de
substâncias. No entanto medicamentos podem ser administrados por via cutânea
para obtenção fundamentalmente de efeitos tópicos. Sob certas circunstâncias, produzem
efeitos sistêmicos, terapêuticos ou tóxicos. A absorção depende da área de
exposição, difusão do fármaco na derme (alta lipossolubilidade), temperatura e
estado de hidratação da pele. As formas farmacêuticas comumente empregadas são
soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, ungüentos, geléias e adesivos
sólidos, esses destinados à absorção transcutânea para obtenção de efeitos
sistêmicos. As mucosas ricamente vascularizadas permitem fácil absorção de
princípios ativos. Fármacos administrados diretamente sobre a mucosa tem ação
local ou, se captadas pela circulação sanguínea, sistêmica ( CASTRO & COSTA
1999).
Formas farmacêuticas para a via de administração cutânea:
- Cremes
- Emulsões
- Loções
- Pomadas
- Pastas
- Pós
- Soluções
- Suspensões
- Adesivos transdérmicos
Via
conjuntival
Não
é usada para se obter níveis sistêmicos. Não absorve muito porque a área de
absorção é muito pequena. Geralmente são usados colírios, ungüentos e
vasoconstritores. Há riscos de irritação, contaminação, ulceração de córnea por
vasoconstrição ou pela perda de reflexos. Trata-se, assim como a dérmica, de uma via tópica.
Via
inalatória
Gases
e drogas voláteis podem ser inalados e absorvidos através do epitélio pulmonar
ou pela membrana mucosa do trato respiratório e assim atingem a circulação
rapidamente. Pós são eventualmente aspirados para que se depositem na mucosa
nasal de onde são rapidamente absorvidos (via intranasal). Soluções de drogas
podem ser atomizadas e pequenas gotas inaladas no ar (aerossol); as partículas
da névoa para chegarem ao pulmão devem ter tamanho menor do que 5 micra. As
vantagens do método são a quase instantânea absorção de uma substância e quando
presente uma doença pulmonar, aplicação local da droga no sítio patológico. As
desvantagens são a pouca capacidade de regulação da dose, métodos de aplicação
incômodos e o fato de que muitas substâncias gasosas e voláteis provocam
irritação do epitélio pulmonar.
Via
intratecal
Quando
se desejam efeitos locais rápidos de drogas na região das meninges ou no eixo
cérebro-espinhal, como nas infecções agudas do SNC, os medicamentos são
injetados diretamente no espaço sub-aracnoideo. Nos bloqueios centroneuroaxiais
(anestesia raquidiana) o anestésico pode ser injetado tanto pela via
subaracnoidea como no peridural, dependendo da necessidade, resultando em
bloqueio simpático e motor e analgesia sensitiva no plano desejado. A anestesia
peridural necessita de volume maior de anestésico, que produz efeitos
sistêmicos. A anestesia subaracnoidea requer volume pequeno de anestesia local,
sem efeito sistêmico, mas pode ocasionar cefaléia pós-punção.
Via
intraperitoneal
A
cavidade peritoneal oferece grande superfície de absorção a partir da qual as
substâncias entram rapidamente na circulação. A absorção se faz melhor através
do peritônio visceral; parte da droga passa pelo fígado e sofre metabolização
antes de atingir a circulação sistêmica. A injeção i.p. é comumente utilizada
em experimentação animal, mas raramente usada na clínica. Há perigos de
infecção e formação de aderências. Esta via pode ser usada em pacientes com
insuficiência renal que necessitam de diálise.
Fontes:
- Ansel,H.C.;Popovich,N.G.&Allen,L.VFarmacotécnica: Formas Farmacêuticas e Sistema de Liberação de Fármacos, 6ª edição, editorial Premier, 2000.
- Site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
- Portal Boa Saúde http://boasaude.uol.com.br/
- Princípios de Farmacologia - Vias de Administração de Fármacos: Prof. Dr. Ronaldo A. Ribeiro
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